segunda-feira, 21 de maio de 2018

Terra Lusa de Minhas Ruínas


Terra Lusa de minhas raízes,
hoje trazes as lágrimas ao Tejo,
onde o vento sopra, de minhas matizes,
a nau...

Terra que me acolhe com um beijo,
sou um poeta partido ao meio:
além-mar está tudo quanto meu passado encerra -
uma até que boa vida,
uma mãe que me chora a partida,
a noiva que saudosa me espera...

Mas aqui, ó Terra Lusa,
teus fulgores cantam minhas ânsias em Fados!
Tuas praças, cafés e Chiados
são o berço de meus dolorosos versos...

As amadas moças lusitanas,
das cantigas antigas, das recentes Alfamas,
não compõem o sacro traço dos azulejos...

- mas o sol! Quanto me põe admirado!
[talvez seja o vinho, o tabaco, o Fado...]
Aqui sonho a poesia do impossível...

E acordo.

Lágrima lusa que me fascina,
Ah! Portugal... corto na carne:
Terra de ladeiras e de [minhas] ruínas.

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