sábado, 15 de dezembro de 2018

Por-do-Sol na Sunbridge Road

Às cinco da tarde 
de um dia amarelo,
a liberdade míngua
à sete chaves
no claustro de um
apartamento -

mas a lua da tarde,
dona de si,
bate à janela
num sonho crescente 
de desprendimento:
toma os céus 
por espontânea vontade.

O sol, acanhado,
num brilho singelo,
se esconde nas nuvens 
da realidade, e 
espiando, encantado,
o quarto crescente
não fica, nem parte:

[No quarto, o poeta
trancado pro mundo
sonha com astros
flertando no céu 
ao passo que o vôo
do tempo é latente]

Preso às amarras
de um firmamento
que lhe fez astro rei,
o Sol enrubesce
o céu feito espelho
de seu sofrimento.

E a Lua, rainha,
cresce em convite 
ao passeio da tarde,
negado ao sol
e à vista nublada 
do meu apartamento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por-do-Sol na Sunbridge Road

Às cinco da tarde  de um dia amarelo, a liberdade míngua à sete chaves no claustro de um apartamento - mas a lua da tarde, dona de ...