Ruiu a muralha de meu império,
ruiu a certeza de meu caminho,
ruiu tudo o que eu levava a sério,
num deletério gole de vinho.
Ruiu a vela de meus poemas -
restou-me a nau ancorada ao cais.
Ruiu tudo o que me valeu a pena,
e meus poemas já não importam mais.
Sentado à Boca do Inferno,
a retidão do horizonte caçoa
desse poeta torto, ante o mar.
Na imensidão do caderno,
os meus versos se perdem, à toa,
no fardo de um eterno rimar.
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