sábado, 19 de maio de 2018

Domingo Sangrento

As estranhas pessoas passam
Nauseadas ante os muros da cidade.
Neles, olhos, bocas e cicatrizes
se fecham e se abrem à realidade.

A ressaca pintou-se diferente
em cada esquina, sob o rótulo da paz.
Paz que não encontro no que vejo,
beijo de pólvora que não satisfaz.

O domingo de sol com pacifistas
ensanguentou-se com a marcha dos soldados.
As orações (segregadas) em vigília
não livraram os desesperados.

Deus nunca coube na poesia
dos combatentes separados pelos muros.
O ressentimento resta nesses dias
De memórias e presentes absurdos.









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