domingo, 13 de maio de 2018

Poema-anoitecer

Nos meus rascunhos escondidos
te desenho em papel e miragem:
És primeiro a relva verde
que dança ao vento e pende,
em sedutora folhagem.

Depois os meus traços
te rabiscam fruto proibido:
és o verso nunca escrito
num jardim abrigado
dos pecados da cidade.

Pouco a pouco a forma
de tuas curvas se desenham
nas nuvens de um fim de tarde.
O meu rascunho em branco
é a lua cheia que te arde.

Encontro, enfim, ao anoitecer,
o poema em teus lábios 
 desenhando a versão final...
que vai brotando em minha pele -
qual relva verde em meu quintal.


Um comentário:

  1. Estamos conectados!
    Escrevi meu poema sobre o cair da tarde, antes de te ler aqui no cair da noite (fim de tarde)! Ah, meu caro Poeta Torto, é bom ter tua companhia nestes caminhos tortuosos! Cada despedida nestas inevitáveis curvas parece antever um reencontro impossível e infinito entre nossos versos e inversos!
    Que a aridez dos dias nunca quebre a vitalidade de nossa poesia!
    Grande abraço!!!

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