Ta vendo aquele trem?
É um verso meu em viagem.
De estação em estação,
Do inverno ao verão,
Meus poemas viajantes
Pedem passagem.
[Olha pela janela,
As árvores da primavera
Hoje estão a dançar.
No seu balé infinito
O meu poema é um giro -
Doce pólen a provar]
Ta vendo aquela torre?
O seu relógio é um ditador.
No tic-tac, feito marcha,
Me rouba um verso que ele acha
Não ser meu,
Mas de um adeus...
Pois o trem já vai-se embora,
E eu viajo, pelas horas,
Enquanto as folhas caem.
Meu poema já se foi,
Da estação dos versos meus
Das entrelinhas que se esvaem.
É um verso meu em viagem.
De estação em estação,
Do inverno ao verão,
Meus poemas viajantes
Pedem passagem.
[Olha pela janela,
As árvores da primavera
Hoje estão a dançar.
No seu balé infinito
O meu poema é um giro -
Doce pólen a provar]
Ta vendo aquela torre?
O seu relógio é um ditador.
No tic-tac, feito marcha,
Me rouba um verso que ele acha
Não ser meu,
Mas de um adeus...
Pois o trem já vai-se embora,
E eu viajo, pelas horas,
Enquanto as folhas caem.
Meu poema já se foi,
Da estação dos versos meus
Das entrelinhas que se esvaem.
As entrelinhas se esvaem
ResponderExcluirE o ditador de ponteiros móveis
tenta arrancar-nos a nós
da linha...
Toma tua linha, e segue!
Derrama teus versos nela
E pula!
Não temas o descarrilhar
Aos nossos versos há licença!
Talvez passaportes poéticos
para trocar de linhas
e deixar para trás as entrelinhas...
Meus versos distantes aqui
Andam sem métrica nem rima
Mas pareço não per
der a linha...
ou não...
Pulemos!
Lancemos nossa gargalhada
ao ditador das horas marcadas!
Debochemos até o segundo derradeiro
quando, finalmente, o ponteiro
de um único segundo,
Tolherá nossos versos do caminho...
Mas aí, talvez, já seja tarde.
Talvez já tenhamos polinizado o mundo
com as sementes da poesia das horas
tic-tac, tic, tac...
O ditador das horas nos odeia
simplesmente por saber apenas um verso
apenas uma rima: tic, tac. tic, tac...
Eu busco hoje versos soltos,
ResponderExcluirSem linhas, sem trilhos, sem horas...
Maior que a ditadura do relógio
É minha vontade de ir embora.
Os meus versos sem raiz
Lançam no vento outra partida:
Partem ao meio a minha vida,
Rimam a dor da minha demora.
Meus amores, meus mares:
Poemas de outros lugares,
Tenho visto de poeta
Para navegar todas as línguas -
Nas entrelinhas dos meus versos,
O mistério do universo
Seduz a minha passagem
Por terras longínquas.
Santa inspiração!!!
ExcluirMerece postagem na página principal!