A verdade da minha poesia
tem o pecado da excomunhão.
Não há pureza em meus versos
que o fogo do inferno não sacrifique.
Não há inocência disfarçada
em metáforas românticas.
[Minhas estrelas são decadentes -
tragédias anunciadas,
meteóros em combustão]
A minha poesia não tem as memórias
da doce infância dos outros poetas.
A minha juventude violada
é a reticência entre meus versos...
As minhas estrofes escondem as preces
do apelo vulnerável à casa cristã:
depois a perda da fé...
a orfandade no seio do lar...
o juízo final nos olhos de meu pai.
Deus foi meu algoz,
e a serpente me libertou do paraíso.
A minha poesia é a confissão
da humanidade de Cristo.
É a dor da carne, da pele, das chagas,
sangrando e para sempre marcadas,
abertas, mas invisíveis.
A minha poesia...
é o conhecimento
que cedeu à tentação.
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