Eu deixei um oceano pra trás,
e trouxe comigo o peso do mundo.
Remo, navego, não nego,
mas, vento, teu sopro, no fundo -
sopra errante, mas eu não erro,
teu sopro me empurra
mas não é profundo.
Eu deixei um oceano pra trás
e parei numa ilha ilusoriamente real,
meu destino, meu norte, que sorte,
vem do oriente com ferida mortal -
sol do deserto, eu desertei,
da tepidez que outrora encontrei
em minha terra natal.
Eu deixei um oceano pra trás
e nele se afogou o meu fim.
Mar imenso, salgado, agitado,
vivo à deriva de mim -
o sol de minha terra, outrora,
brilhou, mas não brilha agora,
resta um suspiro, enfim.
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